quarta-feira, 2 de julho de 2014

Das vergonhas de ser mãe...




A gente, quando é mãe, jamais sai ilesa no quesito passar vergonha.A sinceridade natural das crianças sempre enfiam a gente em saias muito, muito justas. E eles sempre saem bem, e nós levamos os olhares ingratos de "- Olha como ela cria mal essa criança." Ou até coisa pior.

Dia de folga, tudo bem, todos felizes, resolvi levar o pitchulinho para passear no shopping. Chegando lá, o lugar estava cheio pra lasqueira, todo mundo se empurrando e se esbarrando, aquele caos. Precisei ir ao banheiro e como de costume levei o pequeno junto comigo para dentro do reservado com medo de alguma sequestradora de plantão para evitar que ele ficasse sozinho do lado de fora me procurando histericamente.
Nesse momento começa meu constrangimento. Uma vez, há muito tempo atrás, quando ele ainda era quase um bebê (ainda é, pelo menos pra mim), ensinei que toda vez que ele entrasse em um banheiro público não deveria nunca, jamais, tocar em qualquer coisa. Ele perguntou a razão disso e expliquei que banheiros fora de casa eram sujos e tinham muitos bichinhos que não podemos ver e que, se entrarem na gente, podem causar doenças. Pronto. Acabava aí de transmitir a tradição do pavor de banheiro público e a mania de carregar álcool 70 na bolsa para qualquer canto. Quando ele se machuca já pede pelamordeDeus pra passar álcool por causa dos bichos. E quando entra no banheiro já chega em posição de "mãos ao alto", andando todo melindrado, com pavor de encostar nas coisas. Isso por si só já chama atenção, mas não discordo da atitude dele.

Mas esse dia foi especial. Pois bem, entramos no reservado e especificamente neste dia eu estava menstruada. Não atentei para esse fato e naturalmente abaixei as vestes para fazer xixi. Na hora Guilherme avistou meu absorvente e, espantado, em alto, muito alto e bom som gritou, com o banheiro cheio de gente lá fora:
"- MÃE, O QUE É ISSO MARROM NA SUA CALÇA? É COCÔ, MAMÃE? VOCÊ FEZ COCOOOOOÔ  NA CALÇA?"

Eu quis morrer. Quis ser teletransportada para o além. Quis me enfiar pela privada e sair no Japão. A única saída para aquela vergonha era dormir e acordar em outra dimensão, outro plano, onde filhos não gritam que você está cagada. A única coisa que consegui fazer foi, imediatamente, com aquela voz fina, fraca e abatida, pedir por favor para que ele falasse baixo. Ele aplicou o golpe de misericórdia:
"-FALAR BAIXO POR QUE, MAMÃE?"

 O panorama que as cinquenta pessoas do lado de fora do reservado devem ter vislumbrado: a mãe se cagou, o filhou espalhou a notícia e ela pediu para abafar o caso.

Resultado: nunca demorei TANTO tempo para sair de um reservado de banheiro de shopping. Minha esperança era que desse tempo para que todas as testemunhas tivessem ido embora. Teria sido fácil, se de lá de dentro Guilherme não tivesse ficado repetindo de cinco em cinco segundos: "-Mamãe, por que estamos demorando tanto aqui dentro?"

É difícil explicar meu filho, é difícil. Tá registrado.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Voltando DE NOVO

Voltando depois de mais um semestre com muitas coisas para relatar. Nesse período que deixei o blog às moscas elaborei uma lista com coisas que PRECISO registrar aqui. Quero armazenar essas informações mesmo que ninguém leia, apesar de saber que minhas postagens podem servir para muitas mães que passem por situações parecidas com as minhas. A listinha é:

- Crianças que precisam usar óculos
- Crianças canhotas
- Crianças sentimentais
- Crianças asmáticas
- Crianças com sopro inocente
- Crianças com hipotonia
- Crianças com fimose e freio curto
- Filhos únicos
- Cabelos que crescem para o alto (é difícil explicar essa, rs)
- Introdução à alimentação da família - dificuldade de.
- Leite artificial
- Retardar a ida à escola
- Passeios culturais
- Mudança de casa (ainda estou me preparando psicologicamente para abordar esse assunto, o trauma é quase insuperável, do tamanho das caixas acumuladas)

Nota-se que todos os tópicos estão relacionados a situações que vivi e vivo com meu filho. De seis meses pra cá foram muitas novidades que geraram muita aporrinhação alegria e outras que foram bem preocupantes, como a reincidência da asma, a permanência do astigmatismo e o cabelo desse menino que cresce feito um black power, só que liso (hãn?).

Quando entrei no blog e vi que mais de mil pessoas haviam visitado (eu não entro, meu marido não entra, então não fomos nós, rs) pensei que seria bom registrar alguma informação por aqui. Espero que seja útil, não importa se para milhares de pessoas ou apenas uma única mãe aflita. 

Firmo meu compromisso sobre as postagens com a lista que fiz. Em breve começarei a discorrer sobre esses assuntos, e outros que lembrar.

Até breve.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Voltando...

Há quanto tempo! A vida anda muito corrida, estou no meio de uma mudança e de todos os aborrecimentos que ficam atrelados a esse tipo de coisa, como aquela janela que não está do jeito que a gente quer, a geladeira que arranha quando é entregue, o Walmart que pelo visto não está com a mínima pressa de entregar meus armários e que por eles eu guardo as panelas embaixo da cama mesmo... enfim. Só coisa boa, só alto-astral.

Desde novembro desenvolvi uma urticária louca sem motivo aparente, que vem quando quer e vai embora... bom, não vai embora. Tenho imunologista marcado para a próxima semana e vamos ver o que está causando isso. Chuto que seja ou o hipotireoidismo, que me acompanha desde o início da gravidez do Guingo, ou o estresse por causa de coisas como a mudança, a ida do Guingo para escola neste novo ano, a minha dúvida sobre assumir ou não em um novo concurso, e a minha mais nova loucura: fazer duas faculdades simultâneas. Ambas à distância, que é pra não deixar ozotro louco cuidando do meu filho o dia inteiro.

Enfim, como são muitos assuntos e ninguém tem saco pra ler em um post só vou encerrar a postagem de hoje com um momento lindo entre mãe e filho, de incentivo e de apoio ~sqn.


Para quem não sabe, sou concurseira (ou tento). Estava vendo uma vídeo aula para concurso no YouTube e Guilherme perguntou o que era aquilo. Eu disse que era uma aula onde o professor ensinava a matéria para as pessoas aprenderem e  passarem em concurso público. Ele perguntou o que era concurso. Respondi toda feliz:

- Concurso público é assim: você estuda bastante e se inscreve para fazer uma prova. Se você for bem e tirar uma nota alta nessa prova, você vai trabalhar para o Governo, que é quem organiza o país, vai ganhar dinheiro, trabalhar para auxiliar a sociedade e não vai ser mandado embora nunca do seu trabalho.

Resposta dele:

- Só isso? Isso é um pouco fácil.

 Mal sabe ele que demorei quatro anos pra passar... nem falei mais nada.